As joias são itens de prestígio desde o início da humanidade. Ainda na era paleolítica, homens e mulheres usavam esses adereços como talismãs e representações de poder e dominação sobre o território. Na civilização egípcia, os acessórios luxuosos era utilizados como amuletos de proteção capazes de blindar o corpo e a mente de seus usuários. Já na Idade Média, as joias ganham o significado que possuem hoje, sendo utilizadas como forma de agregar patrimônio e de representar status, riqueza e poder.

Pepi Stojanovski – @timbatec | Unsplash

Ao longo da história, itens como colares, brincos e anéis de alto padrão se tornaram objetos de desejo que, mais do que auxiliarem na produção de visuais de luxo, podiam ser utilizados como forma segura de atestar patrimônio, facilitando processos de penhora, a realização de contratos de mútuo e até mesmo a obtenção de crédito para inadimplentes. No mercado de investimentos, as joias são vistas como uma forma de aplicação segura, mas arriscada para quem não possui experiência. A seguir, saiba mais sobre como funcionam as joias como ativos no mercado financeiro.

Muitas pessoas consideram as joias um investimento pessoal, isto é, a aquisição de itens que agregam valor ao patrimônio, mas não são adquiridos com a intenção de venda. No entanto, o interesse por joias como forma de aplicação é crescente. Isso porque os metais são vistos no mercado financeiro como investimentos seguros e estáveis, já que seu valor não está sujeito às oscilações do mercado. Existem ainda outras vantagens como a segurança, a facilidade de transporte, a flexibilidade de uso e um mercado diversificado de compradores. Vantagens que fazem com que o mercado se expanda e consolide cada vez mais.

Segundo o IBGM, Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, existem cerca de três mil empresas de semijoias em atividade, que juntas faturam, aproximadamente, R$ 600 milhões. Além disso, o país se consolida como um dos maiores produtores de pedras preciosas do mundo, com um volume que representa 1/3 da produção mundial. Um terceiro dado que apresenta o cenário positivo dos investimentos em joias em solo brasileiro é a colocação do país como o 13° colocado no ranking mundial de produção de ouro, segundo o GFMS (Gold Survey, 2005).

Segurança

Um dos fatores mais importantes na hora de investir seu capital é fazê-lo em um método seguro que traga mais possibilidades de ganho do que de perda. Quando falamos em segurança na hora de investir em joias, ela se dá em duas vertentes: a física, que envolve o transporte e o armazenamento, e a financeira, que diz respeito à precificação dos itens. Ainda que existam investimentos arriscados que gerem bons resultados, as joias saem na frente porque, se escolhidas de forma correta, não sofrem desvalorização.

Metais como o ouro e a prata são vistos como investimentos estáveis porque possuem valores vinculados às cotações de Nova York e Londres, sendo diretamente influenciados pelo mercado interno e pela cotação do dólar. Em momentos de crise, a cotação do ouro tende a aumentar, enquanto o preço dos itens se mantém inalterado pela inflação. Esses períodos são os melhores para realizar a compra e venda, possibilitando transações com uma boa porcentagem de lucro.

Além da segurança oferecida pelo mercado financeiro, a combinação de características de design que fazem da peça um artigo exclusivo e altamente luxuoso não perde valor com o tempo, fazendo com que os investimentos em joias se assemelham aos investimentos em obras de arte.

A segurança física diz respeito à portabilidade, aspecto fundamental quando se trata de investimentos em artigos tangíveis. As joias costumam ser pequenas e podem ser transportadas em locais compactos que chamam pouco atenção, garantindo a segurança no armazenamento e no transporte desses itens.

Baixa competitividade

Como já dito, os investimentos em joias são um grande desafio para quem não possui experiência ou não está sendo amparado por um consultor especialista na área. Isso porque a compra e venda de joias de forma vantajosa envolve esperar pelos melhores períodos, adquirir as peças corretas com pouca intermediação e, claro, ter domínio do mercado disponível para vendê-la. Toda essa especificidade no processo de investimento em joias parece uma  desvantagem, mas na verdade é um grande oportunidade para quem deseja se especializar. Por exigir um alto capital e por ser difícil de se desenvolver, o mercado acaba sendo restrito e consequentemente pouco competitivo.
Além de serem investimentos que podem gerar lucro por meio da revenda, as joias também são artigos utilizados como garantia para obter crédito. A penhora de joias é feita através da Caixa Econômica Federal, órgão responsável pela avaliação e precificação dos artigos de luxo que são dados como garantia para a obtenção de empréstimos e créditos. Embora não seja uma opção tão divulgada, o penhor é uma das modalidades de crédito mais baratas, possuindo juros mensais inferiores ao CDC, ao crédito pessoal e ao cheque especial.

Quais são as desvantagens de investir em joias?

Investir em joias pode ser um mercado muito vantajoso, como mostram todos os tópicos anteriores, mas também arriscado e problemático se o seu objetivo é rentabilizar com rapidez. Ao escolher as joias como ativos, é importante conhecer também as desvantagens desse processo.

Baixa liquidez

A liquidez é um dos principais pontos a se observar na hora de fazer um investimento e um dos termos mais básicos do glossário financeiro. Basicamente, a liquidez consiste na facilidade e rapidez em que um bem pode ser transformado em dinheiro sem perda de valor. Suponha que durante o período de aplicação há alguma emergência ou imprevisto e o investidor precise do dinheiro em mãos novamente, a liquidez determina o quão fácil e rápido será para se desfazer dos bens.

Embora sejam itens valiosos, as joias integram um mercado restrito, sendo difícil encontrar pessoas dispostas a pagar o valor real desses itens. Após investir em joias, é possível vendê-las para colecionadores, anunciá-las em leilões, procurar joalherias de grande porte e até mesmo criar sua própria loja de joias, para tentar se desfazer delas no atacado ou no varejo. No entanto, todos esses processos costumam levar um tempo para a avaliação e fechamento do contrato, evidenciando a baixa liquidez desses itens.

Necessidade de conhecimentos técnicos

Além de acompanhar o mercado para vender as joias com um maior percentual de lucro, há também a dificuldade de estabelecer quais as melhores peças para se investir. Os principais fatores a serem considerados na hora da compra são a origem, o peso, a lapidação, as referências e a exclusividade do item. A origem diz respeito ao local onde os artigos foram adquiridos, sendo fundamental para autenticar a qualidade da joia. Em geral, as grandes joalherias e os especialistas são capazes de oferecer certificados internacionais que asseguram a autenticidade dos itens.

O peso e a lapidação dos metais é padronizado, sendo facilmente calculado por qualquer especialista. No caso das joias com gemas, isto é, com pedras preciosas, é necessário avaliar, além do peso e da lapidação, a intensidade da cor e a pureza da pedra, que além de agregar valor por si mesma, também ajuda a precificar o design da joia como um todo.

A referência, ou autoridade, é um fator recente, mas muito utilizado como parâmetro de escolha em todo o mercado de luxo. Itens assinados por especialistas, grifes, celebridades ou pessoas de renome possuem um valor agregado muito maior do que coleções mais simples, além de serem valorizados com o tempo pelo número menor de peças produzidas nessas coleções.

A exclusividade se assemelha muito à autoridade, mas vincula-se principalmente às questões numéricas das joias. Itens únicos ou produzidos em baixa escala possuem sua raridade como fator principal de precificação, fazendo com que se tornem ainda mais valiosos. Itens com pedras raras ou com processos diferenciados de produção também são escolhas mais interessantes para se investir.

A determinação de todos esses fatores costuma ser feita por um especialista, o que demanda a consultoria e suporte de um profissional durante todo o seu processo de investimento. No entanto, todo o trabalho pode resultar em altas porcentagens de lucro.

Risco roubo ou furto

As joias são itens de luxo com alto valor agregado, o que faz com que sejam itens muito visados por ladrões. Segundo o IBGM, o crescente número de roubos de joalherias, inclusive em shopping centers e outros locais de alta segurança, é um forte desestímulo à atividade, além de aumentar os custos operacionais com o pagamento de prêmios elevados de seguros e esquemas de segurança.

Uma das maiores dificuldades para indivíduos que desejam investir em joias é o custo adicional para mantê-las seguras, sendo necessário adquirir um cofre ou alugar um espaço em que elas possam ser armazenadas com segurança. Deixá-las em casa pode ser uma escolha arriscada, expondo os demais moradores a possíveis situações de violência e possibilitando a perda integral do seu investimento. Enquanto mantê-las em um local específico pode consumir parte do lucro do investimento, diminuindo a rentabilidade.

fonte: Portal Terra

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